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Comandante do barco que naufragou relata ameaças de morte

O comandante do barco que naufragou e causou a morte de oito pessoas na cidade de Madre de Deus, na Região Metropolitana de Salvador, relatou, nesta quarta-feira (24), que tem sido alvo de ameaças de morte. Fábio Freitas também reafirmou a versão apresentada pela defesa na terça-feira (23), de que a embarcação foi invadida por passageiros.

Relato do comandante

Segundo o comandante da embarcação, ele e sua família estavam aproveitando o domingo no mar e pararam no píer da Ilha de Maria Guarda para buscar sua filha, Flaviane Jesus dos Santos, que estava em uma festa. Foi nesse momento que o barco teria sido invadido.

"Eu tinha que tirar o barco do píer e minha única alternativa foi sair dali", acrescentou.

Versionamentos diferentes

Após o naufrágio, a versão de um sobrevivente era de que a briga que causou o naufrágio do barco pode ter sido causada por causa de um pagamento de R$10 pela travessia da Ilha Maria Guarda para Madre de Deus. No entanto, Fábio Freitas negou essa informação.

O comandante da embarcação disse que não sabe ao certo quantas pessoas estavam no barco, mas descartou a estimativa de cerca de 20 passageiros feita por testemunhas. Segundo ele, todos os passageiros estavam sentados até o início da briga.

"Aconteceu uma briga entre eles, que eu não sei informar o motivo. Pedi para eles, que pelo amor de Deus, parassem com a briga, porque tinham crianças e eu falava para eles pensassem nos filhos deles", explicou.

Amostras de ameaças

Após o naufrágio, Fábio Freitas e sua esposa, Sandra, precisaram deixar a casa onde moravam em Madre de Deus, pois passaram a receber ameaças de morte. A primeira ameaça aconteceu ainda no píer do município.

Sandra conta que um dos homens envolvidos na briga disse, ao chegar no píer, que sua filha morreu no naufrágio e, por isso, mataria o comandante. "Só que ele [o comandante] também perdeu a filha e o neto", lamentou.

Por causa das ameaças, Fábio Freitas não pôde participar do velório e enterro de sua filha Flaviane de Jesus e de seu neto Jonathan Miguel, de 9 anos. "Não pude me despedir dela porque estou sendo ameaçado lá", afirmou o comandante emocionado.

Investigação em andamento

A Polícia Civil investiga se houve excesso de passageiros na embarcação e ainda não há informações sobre quantas pessoas estavam no barco, que tem capacidade para 10 passageiros e 1 tripulante. A Marinha do Brasil informou que a embarcação fazia transporte irregular de passageiros.

As buscas pelos sobreviventes do naufrágio foram encerradas pela Marinha do Brasil. Os corpos das duas últimas vítimas foram encontrados por pescadores próximo à Ilha de Maria Guarda. Agora, um inquérito sobre acidentes e fatos da navegação foi instaurado para apurar as causas e circunstâncias do acidente.

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