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Os desafios da sobrevivência após uma queda de cruzeiro

Introdução

Na semana passada, as buscas por um homem que caiu de um cruzeiro em São Sebastião (SP) foram suspensas sob a justificativa de que a área se tornou "demasiada grande" após a procura chegar a sete dias. No entanto, existem múltiplos fatores que tornam a possibilidade de vida após a queda de uma altura tão grande, no meio do oceano, mais difíceis.

O que pode acontecer

Quando alguém cai de um cruzeiro, a velocidade e altura da queda aumentam o impacto. Dependendo da posição em que a pessoa cai, é possível machucar a coluna e outras partes do corpo. Além disso, o impacto na água pode causar uma concussão cerebral, apagando a pessoa instantaneamente. Se a pessoa sobreviver à queda inicial, existe o risco adicional de ser machucada pelo deslocamento do navio, especialmente pela força do hélice.

Velocidade e altura aumentam impacto

Segundo David Szpilman, médico intensivista e secretário-geral da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), a forma como a pessoa cai pode determinar a gravidade dos ferimentos. Uma queda em pé pode resultar em machucados na coluna e outras partes do corpo, enquanto uma queda deitada ou inclinada pode levar à perda de consciência.

Risco de concussão

A queda de uma altura tão grande e o impacto com a água podem causar uma concussão cerebral. Esse tipo de lesão ocorre quando a pressão aumenta rapidamente, apagando a pessoa. A própria queda também pode resultar em lesões cerebrais. A gravidade da concussão e do trauma depende da intensidade da queda.

Força do hélice

O deslocamento do navio e a força do hélice representam riscos adicionais para quem caiu do cruzeiro. O movimento de drenagem da água realizado pelo navio pode tender a direcionar a pessoa para o hélice, aumentando a possibilidade de ferimentos graves ou afogamento.

Desafios de busca e salvamento

Quando alguém cai de um cruzeiro, é necessário um tempo considerável para que a queda seja notada e para que o navio retorne ao local. Durante esse período, a pessoa pode se afogar ou não resistir aos ferimentos causados pela queda. Além disso, a busca por uma pessoa no meio do oceano é extremamente difícil e os corpos raramente são encontrados.

Estatísticas e medidas de segurança

De acordo com dados da Associação Internacional de Empresas de Cruzeiros (Clia), em média, ocorrem 26 quedas no mar a partir de navios de cruzeiro a cada ano. Entre 2009 e 2019, foram registrados 212 casos, sendo que apenas 48 pessoas sobreviveram. As empresas de cruzeiro seguem os protocolos internacionais criados pela Organização Marítima Internacional para casos de queda de pessoas no mar.

Busca e resgate

Quando é identificada uma queda no mar, os protocolos de busca e resgate são ativados. Isso inclui a interrupção imediata da marcha do navio, o lançamento de boias sinalizadoras e salva-vidas na água, a comunicação do incidente às autoridades marítimas e a utilização de barcos salva-vidas para procurar a vítima.

O caso recente

No caso específico do homem que caiu do cruzeiro em São Sebastião, o acidente ocorreu a cerca de 40 quilômetros da faixa de terra mais próxima. Segundo relatos de passageiros, ele teria caído do 15° andar do navio. A MSC Cruzeiros, responsável pela embarcação, afirmou que o homem "saltou intencionalmente no mar".

Conclusão

A queda de uma pessoa de um cruzeiro representa diversos desafios para a sobrevivência. Os riscos incluem o impacto inicial da queda, a concussão cerebral, os perigos do deslocamento do navio e a dificuldade de busca e resgate. Compreender essas dificuldades é essencial para melhorar os protocolos de segurança nos cruzeiros e aumentar as chances de sobrevivência em situações semelhantes.

Procure ajuda

Caso você esteja enfrentando pensamentos suicidas, é importante procurar ajuda especializada. O CVV (Centro de Valorização da Vida) e os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) são instituições que oferecem suporte e atendimento. O CVV funciona 24 horas por dia pelo telefone 188 e também disponibiliza atendimento por e-mail, chat e pessoalmente.

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