O São Paulo oficializa acordo de 'naming rights' para o MorumBIS: análise comparativa com outras casas de estádio
No dia 26 de junho, o São Paulo Futebol Clube oficializou o acordo de 'naming rights' que mudou o nome do seu estádio para MorumBIS. Essa nova parceria gerou uma série de comparações entre as casas dos três principais rivais da capital paulista: Allianz Parque, MorumBIS e Neo Química Arena. Neste artigo, vamos analisar os números corrigidos dos contratos de cada estádio, levando em consideração o valor anual e a duração do acordo.
Allianz Parque e MorumBIS: uma comparação equilibrada
O Allianz Parque, estádio do Palmeiras, foi pioneiro em São Paulo ao fechar um contrato de 'naming rights' em 2013. O acordo inicial era de 20 anos, com um valor anual de R$ 15 milhões. No entanto, com o reajuste pelo IPCA, o valor passou para R$ 27,5 milhões em 2023, quase dobrando o montante inicial.
Já o contrato assinado entre o São Paulo e a empresa Mondelez para o MorumBIS tem uma duração de três anos, com um valor anual entre R$ 25 e R$ 30 milhões. Assim como no Allianz Parque, existe a possibilidade de reajuste anual pelo IPCA, o que coloca o MorumBIS em uma posição equivalente ao estádio palmeirense.
É importante destacar que o São Paulo ainda não divulgou se ficará com 100% do valor do contrato ou se haverá uma divisão com a Mondelez.
O peso da duração do contrato: vantagem para o Allianz Parque
Enquanto o acordo do São Paulo para o MorumBIS tem uma duração inicial de apenas três anos, o Palmeiras garantiu os 'naming rights' do Allianz Parque até 2033, ou seja, mais 10 anos. Essa diferença de tempo pode pesar a favor do Palmeiras em longo prazo.
No entanto, essa vantagem pode ser compensada pelo sucesso do MorumBIS. Caso o São Paulo consiga obter resultados positivos durante o período de três anos, nada impede que o acordo seja prorrogado com valores até superiores. Vale ressaltar que é comum nos dias atuais as empresas terem maior cautela ao fazer acordos de longo prazo, devido às rápidas mudanças do mundo dos negócios.
Renê Salviano, CEO da agência de marketing Heatmap, destaca a importância de se criar possibilidades de renovação nos contratos para acompanhar as transformações do mercado.
"Muito difícil fazer um contrato longo, de 10 anos, porque hoje existe uma responsabilidade por parte das empresas com suas áreas de compliance que impossibilita o CEO de fazer acordos tão longos, isso é muito normal, mas acho que precisa de uma possibilidade de fazer uma renovação. O mundo muda muito rápido. Como gestor, eu acho que é correto o período. É complicado assinar por tantos anos. Se eu estivesse no clube, eu deixaria uma forma para que isso seja renovado, para que as pessoas falem realmente MorumBIS", afirma Salviano.
Neo Química Arena: um contrato de valor inferior
A Neo Química Arena, casa do Corinthians, possui um acordo de 'naming rights' com condições semelhantes ao Allianz Parque. No entanto, o contrato do estádio corintiano foi assinado apenas em 2020, sete anos depois do acordo do Palmeiras. O valor inicial para ambos os estádios era de R$ 300 milhões por 20 anos.
Os R$ 300 milhões do Palmeiras já haviam sido corrigidos para R$ 440 milhões, enquanto o valor pago pela Hypera Pharma, proprietária da Neo Química, ao Corinthians está na casa dos R$ 20 milhões anuais. Esse montante é utilizado para o pagamento do financiamento à Caixa para a construção do estádio.
Apesar do reajuste pelo IPCA, o valor pago pelo Corinthians ainda fica abaixo dos acordos fechados pelo Palmeiras e pelo São Paulo.
O futuro reserva mudanças
No entanto, em 2027, o Corinthians pode deixar o São Paulo para trás. Assim como na comparação com o Palmeiras, o São Paulo pode enfrentar uma desvantagem quando o contrato com a Mondelez chegar ao final, já que a Neo Química Arena teve seus 'naming rights' vendidos por 20 anos, até 2040.
Com isso, fica claro que as comparações entre os contratos dos estádios paulistas envolvem diversos fatores, como valor anual, duração do contrato e possibilidade de reajustes. Cada clube tem suas estratégias e negociações específicas. O importante é entender que os acordos de 'naming rights' são uma forma de geração de receita relevante para os clubes, e o sucesso dessas parcerias depende da capacidade dos estádios em atrair o público e oferecer experiências diferenciadas aos torcedores.
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