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Quem é o chef brasileiro que cozinhou em bunker na guerra da Ucrânia: 'Maior terror de toda a humanidade'

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Do alto de um prédio em frente à Biblioteca Nacional da Ucrânia: a história de superação do chef de cozinha Fernando Brito

O chef de cozinha Fernando Brito, natural de Campinas (SP), teve sua vida transformada durante a guerra na Ucrânia. Trabalhando na embaixada do Brasil em Kiev, Brito vivenciou o início do conflito da janela de seu apartamento, e descreveu essa experiência como o "maior terror de toda a humanidade". Apesar dos momentos difíceis que enfrentou, sua história de superação emocionou os jurados da competição de culinária The Taste Brasil.

Retomando a paixão pela gastronomia

Apesar de não ter avançado no reality show, Brito enxergou a participação no programa como uma oportunidade de reencontrar sua paixão pela culinária. Desde o início da guerra, ele havia parado de cozinhar, mas a competição lhe proporcionou a chance de se reconectar com esse propósito. Ele ressaltou que a gastronomia vai além do glamour e das estrelas Michelin, é uma maneira de ser vencedor na vida e de transmitir valores.

Vida no bunker durante a guerra

Brito e sua esposa estavam em Kiev há aproximadamente oito meses quando as tropas russas invadiram a capital. Mesmo com rumores do conflito circulando no país há meses, muitos acreditavam que essas ameaças não se tornariam reais. No entanto, quando as fronteiras da Ucrânia foram fechadas, tudo mudou.

No período em que ficaram presos, Brito descreveu a cidade silenciando pouco a pouco, com a presença de jornalistas e ativistas de diversas partes do mundo. Enquanto a maioria das embaixadas evacuava o país, ele e sua esposa decidiram permanecer em um bunker. Graças à sua experiência na cozinha, Brito ajudou a coordenar as refeições nesse local improvisado, que antes era um vestiário de uma escola.

A fuga de 63 horas

Para deixar o país, o chef e sua esposa embarcaram em um trem com destino à Polônia. No entanto, a viagem se estendeu por incríveis 63 horas. Durante esse tempo, o trem fez uma parada não planejada em Lviv, cidade ucraniana que os obrigou a percorrer 70 km para atravessar a fronteira.

O trajeto que normalmente seria realizado em 40 minutos levou 12 horas. Brito descreveu a situação dentro do trem como claustrofóbica, com mulheres segurando seus bebês, pessoas de diferentes nacionalidades e condições apertadas em um espaço limitado e sem calefação adequada.

Recomeço e luta contra o trauma

Ao final dessa angustiante viagem, Brito e sua esposa encontraram asilo na Polônia, Letônia e Croácia, até finalmente estabelecerem residência na cidade de Bonn, na Alemanha. Embora lutando contra o transtorno de estresse pós-traumático, Brito consegue levar uma vida mais tranquila, sem o constante sentimento de perigo que enfrentou durante a guerra.

Perspectivas de futuro

Apesar de tudo o que passou, Brito está determinado a continuar com sua carreira na culinária. Ele acredita que compartilhar sua história pode ajudar a conscientizar as pessoas sobre os horrores da guerra e a importância de valorizar a vida. Além disso, ele deseja aproveitar sua paixão pela gastronomia para fazer a diferença no mundo e transmitir valores através da comida.

A história de Fernando Brito é um exemplo de superação e resiliência. Diante do maior terror que a humanidade pode enfrentar, ele encontrou forças para seguir em busca de seus sonhos e de um propósito maior.

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