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Diretor do Banrisul é destituído do cargo após 27 denúncias de assédio sexual

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O Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) destituiu um de seus diretores por denúncias de assédio sexual

O Banrisul, banco estatal do Rio Grande do Sul, foi recentemente abalado por denúncias de assédio sexual envolvendo um de seus diretores, Gabriel Leal Marchiori. De acordo com as investigações realizadas pelo Grupo de Investigação do Grupo RBS (GDI), 27 mulheres já denunciaram o diretor por condutas inapropriadas no ambiente de trabalho. Essas denúncias foram o ponto de partida para a destituição do cargo de Marchiori, mas ele continua sendo servidor do banco, com um novo posicionamento e trabalhando em regime de teletrabalho.

As denúncias e o processo de apuração

As denúncias contra Gabriel Leal Marchiori começaram a surgir quando uma estagiária enviou um e-mail ao GDI relatando o assédio que sofreu em sua sala. Segundo o relato, o diretor retirou suas roupas contra sua vontade, motivando a busca da estagiária pelo apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT).

O Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (Sindibancários) recebeu 13 denúncias das mulheres afetadas, exigindo ações por parte do banco. Após uma investigação interna completa e detalhada, o Banrisul decidiu destituir Marchiori de seu cargo.

Mesmo com a destituição, Marchiori permanece como servidor do banco, mas em outro setor e em regime de teletrabalho. Ele está há 12 anos na instituição e, recentemente, apresentou um atestado médico de afastamento por 90 dias.

Ao ser entrevistado pelo GDI, Marchiori preferiu se manifestar por meio de nota, na qual alega que as denúncias são infundadas e desprovidas de provas. Segundo ele, o processo administrativo ao qual foi submetido não respeitou seu direito à ampla defesa.

O Banrisul afirmou que, assim que recebeu as denúncias, iniciou uma ampla investigação interna para esclarecer os fatos. O Ministério Público do Trabalho também abriu um procedimento inicial para analisar o caso, e até o momento não há registros de ocorrências policiais contra Marchiori.

O impacto nas vítimas e a importância das denúncias

Para as vítimas de assédio, a coragem de denunciar é muitas vezes cercada de ansiedade, medo de represálias e até mesmo culpa. Em entrevistas ao GDI, nove mulheres relataram os abusos sofridos e os impactos emocionais que enfrentaram, incluindo crises de ansiedade e tratamento psicológico.

Em um mesmo ambiente de trabalho, várias mulheres se sentiam vítimas do diretor, mas não sabiam dos casos umas das outras e tinham vergonha de contar suas histórias. Foi a partir da denúncia da estagiária que o silêncio foi quebrado e outras mulheres se reuniram em um grupo de WhatsApp para compartilhar suas experiências.

Uma das vítimas relatou que Marchiori condicionou sua promoção a ter uma relação com ele, e quando ela recusou, a promoção nunca se concretizou. Outra afirmou que o diretor fazia perguntas insistentes sobre outras mulheres, o que causava desconforto e pressão.

O objetivo das denúncias não é apenas buscar a justiça para as vítimas e a punição do assediador, mas também servir como exemplo e incentivo para outras vítimas denunciarem seus agressores. Além disso, é necessário repensar os comportamentos cotidianos que perpetuam o assédio, pois o silêncio e a vergonha são os combustíveis para que tais comportamentos continuem ocorrendo.

A importância de dar voz às vítimas

A cultura do silêncio e da culpa tem sido um obstáculo para o combate ao assédio sexual no ambiente de trabalho. Muitas vítimas carregam a culpa de não terem denunciado anteriormente e impedido que outras mulheres passassem pelo mesmo sofrimento. No entanto, é necessário entender que essa culpa não deve recair sobre as vítimas, mas sim sobre os agressores e o sistema que permite esse tipo de comportamento.

As denúncias contra Gabriel Leal Marchiori no Banrisul são um exemplo de como é importante encorajar as vítimas a falarem sobre o assédio que sofrem e buscar o apoio das instituições responsáveis. Somente através da denúncia e do tratamento sério desses casos é que podemos criar um ambiente de trabalho seguro e livre de assédio.

Em suma, o caso de Gabriel Leal Marchiori no Banrisul evidencia a necessidade de combater o assédio sexual no ambiente de trabalho e dar voz às vítimas. Somente através do apoio e da busca por justiça é que poderemos construir um ambiente de trabalho mais igualitário e respeitoso para todos.

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